quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Tempo, tempo, tempo, tempo...

Fiquei esses últimos dias pensando qual seria o assunto do próximo post e não me veio nenhuma idéia boa... Na realidade, poderia falar sobre várias outras viagens, mas ainda não consegui parar para organizá-las. Nem as idéias, nem as fotos. Além disso, as demandas do mestrado estão fazendo com que eu apenas pense e escreva sobre paz, conflitos e direitos humanos. Qualquer outra coisa parece que não cabe... 


Mas, apesar disso, tenho pensado muito sobre o tempo, aliás, sobre a passagem do tempo e como a natureza se comporta aqui na Europa. É tão diferente do Brasil. Cheguei no calor alucinante de mais de 40 graus, um clima árido de deserto, com um céu azul de doer os olhos. Nenhuma nuvem.


Eu e um amigo (Lud) nesse verãozão de céu azul em Granada (foto de Juliano Andreoli - de novo!)


Algumas semanas depois, as folhas começaram a amarelar. Em seguida, a cair. E não pararam! Continuam caindo até hoje! Tem árvore pelada, mas muitas outras resistem fortemente e mantém suas folhas. Cada folha linda; peguei várias pra fazer marcador de livro. Elas parecem a folha da bandeira canadense, toda perfeitinha. 


Uma árvore já amarelinha... na Cármen de los Mártires, em Granada
(sempre lembro de "alguém" quando vejo esse nome!)


Tem muitas Cármenes aqui em Granada que são aquelas casas grandes ou sobrados, com jardins internos lindos, cheio de árvores, plantas e sempre com muita água (chafariz, lagos...). Essa é mais uma das várias heranças árabes aqui no sul da Espanha. Pra eles a água é sagrada.
  
Mas voltando ao tema e ao tempo... Como toda coisa viva tem seus processos de começo, meio e fim de um ciclo, chegou a hora das folhas irem embora. E juntos com as folhas também foi o calor... 


Aqui só ficaram alguns frutos estranhos e resistentes... (também na mesma Cármen, em Granada)


E de mansinho foi chegando o frio, antes fazia frio apenas de manhã e à noite. Agora já faz frio praticamente o dia todo. E pra aproveitar esse friozinho rotineiro, nesse último domingo, muito merecidamente acordei tarde (porque na véspera dormi pouquíssimo à noite) e fui abrir a janela. Queria aproveitar o domingo pra passear. 


Vi uma chuvinha caindo e já pensei na lei de murphy, claro, faz sol a semana inteira de segunda à sexta. E no final de semana vem a água. Mas achei essa chuva estranha, grossa demais pra ser só água. Fui na varanda e era isso mesmo: NEVE! Por meia hora, voltei a ser criança. Acordei minha amiga que mora comigo, saímos as duas com suas máquinas fotográficas. Ela com seu cachecol preto pra "pegar" a neve. Tudo isso dentro do apartamento, mais precisamente na varanda! 


Pela primeira vez, vi um floco de neve bem de pertinho, sem ser aqueles blocos de gelo ou granizo. Ele é lindo e tem um formato de meio de flor, meio de estrela. Tentamos tirar foto dele, mas não deu porque ele derretia muito rápido. Então, essa foto vai ter que ficar para a próxima. Enquanto isso posso apenas mostrar a neve que consegui registrar nas poucas horas de neve aqui em Granada.


Vista da Igreja de São Domingo, a partir da minha varanda, em Granada


PS: Continuem votando nas fotos, please! Ainda tenho chance de ficar entre as 25 fotos mais votadas pela internet. Vai até o dia 31/01, valeu!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Pra facilitar a vida dos/as navegantes...

Queridos/as,


Obrigada pelo apoio na votação, todos/as que postaram comentários aqui e também às várias pessoas que me mandaram email! Bom, como já disse antes, sou uma "vovozinha" virtualmente falando, então nem tinha me ocorrido que eu podia facilitar a votação pra vocês... Meu querido Xando que deu essa idéia que eu agora divulgo aqui: ao invés de fazer a busca de cada foto pelo nome, basta copiar o link abaixo que ele já vai direto ao assunto, ok?


E vamos votar, galera, descobri que dá pra votar 1x ao dia do mesmo computador. Fiquei mais empolgada quando vi algumas das minhas fotos na lista das mais votadas ("las más valoradas") no site! Mas logo as fotos mudam porque a rotatividade é alta. Então, tendo uma boa votação diária, passo a ter mais chance. Isso porque as 25 fotos mais votadas de cada categoria vão ser avaliadas pelo júri e se eu entendi bem serão expostas! Pra mim já seria um super prêmio isso! Mãos à obra!


http://www.fototalentos.fundacionbancosantander.com/ES/verfoto/movimiento-LGBT-haciendo-historia


http://www.fototalentos.fundacionbancosantander.com/ES/verfoto/Pienso-luego-existo

http://www.fototalentos.fundacionbancosantander.com/ES/verfoto/Parezco-feliz-pero-no-quiero-trabajar



http://www.fototalentos.fundacionbancosantander.com/ES/verfoto/Cocotaxi-Cuba




http://www.fototalentos.fundacionbancosantander.com/ES/verfoto/Alhambra-primaveral


http://www.fototalentos.fundacionbancosantander.com/ES/verfoto/nuevo-jardin-Babilonia

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Apelo virtual aos queridos/as navegantes

Essa semana recebi um email da Universidade de Granada divulgando um concurso de fotos (http://www.fototalentos.fundacionbancosantander.com). Como eterna curiosa que sou, entrei no site e fiquei interessada em participar. Resolvi dar uma olhada nas fotos que tenho aqui no computador e pensei que valeria a pena tentar. Me preocupei com o pouco tempo que tenho porque o concurso iniciou em outubro do ano passado e se encerra no próximo dia 31/01, ou seja, tenho apenas alguns dias pra conseguir uma votação significativa. Isso porque é um concurso em que você faz o upload das fotos no site pra uma votação virtual. As 25 melhores fotos são selecionadas e avaliadas por um júri especializado. Decidi arriscar, afinal de contas, não tenho nada a perder!


São 04 categorias em que eu coloquei 02 fotos diferentes pra cada: Cultura, Denúncia, Gente e Paisagens. Confesso que foi um pouco difícil, não porque eu tenha muitas fotos maravilhosas, mas porque tenho muitas fotos de muita coisa! Foi uma loucura selecionar as melhores fotografias no meio de centenas de outras. E depois elaborar títulos interessantes para elas! Não consigo parar de pensar que esse negócio de máquina digital acabou com o charme e a própria surpresa das fotos. Ficamos com o computador lotado de fotos "mais ou menos". Mas tudo bem, existem diversas outras vantagens como essa, por exemplo, de poder participar de um concurso pela internet. Bom, vamos aos fatos e às fotos:


Categoria Cultura:


El movimiento LGBT haciendo historia

Pienso, luego existo

Categoria Denúncia:

Los efectos de la globalización

Parezco feliz, pero no quiero trabajar

Categoria Gente:

Cocotaxi en Cuba

Yo, mi hermana y mi llama

Categoria Paisagens:

La Alhambra primaveral

El nuevo jardín de la Babilónia
(essa vocês já conhecem... acabei de postar aqui)

Agora, basta vocês acessarem o site que eu mencionei e encontrar essas 08 belezuras através do mecanismo de busca pelo nome de cada foto. Às vezes, dá erro e não aparece nada, aí basta digitar as palavras-chaves ou tentar de novo com o nome inteiro (inclusive as vírgulas... é, o sistema é chato!). Depois que aparece a foto e você clica na opção "votar", há 5 estrelinhas ou sóis, não sei, em que você pontua cada uma das fotos e pronto! Dá pra votar uma vez ao dia em cada foto, então, please, me ajudem! Sei que é meio chato ficar procurando as fotos e tal, mas é por uma ótima razão! Quem tiver acesso frequente à internet e quiser ser super legal comigo (!) pode votar todos os dias até o dia 31! Pra facilitar, o site também tem uma versão em português, só que pra achar minhas fotos precisa digitar o título original em espanhol.

Ah, sobre o prêmio, o primeiro lugar ganha 3 mil euros, o segundo 1,5 mil e ambos terão sua obra impressas profissionalmente! Já pensou, ganhar essa grana, poder viajar e ainda ter suas fotos expostas? Nossa, quero muito isso, ajudem essa mochileira a desvendar o mundo, encher a mochila de fotos e muitas outras coisas pro blog!

Sei que tem muita gente e muitas fotos concorrendo, mas percebi que não tem tido muita votação, acho que é aí que tenho alguma chance, claro, se tiver o clique virtual de vocês. Vamos lá, galera, clicar e torcer! A votação acaba no próximo dia 31 de janeiro. Valeu!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

"Dias de janeiro, calor demais, dias de janeiro, olha como faz, esquenta, é tão bom estar no mar..." - Otto

Ver o mar me lembrou o nosso tão maravilhoso verão brasileiro. Essa é uma das saudades que ainda vou ter que aguentar por mais alguns meses, já que aqui estamos em pleno inverno... Mas como não sou boba nem nada, aproveitei o finalzinho do verão europeu quando cheguei, na Espanha, no ano passado. Aqui em Granada, chegou a fazer 41 graus, entre agosto e setembro!


Mas vale salientar que o calor daqui é bem diferente do que estamos acostumados/as no Brasil: é um clima seco, meio de deserto. Isso faz com que a sensação térmica não seja tão grande. Pra se ter idéia, apenas quando olhei o termômetro enquanto andava na rua que soube que estava tão quente. Levei o maior susto porque nem sonhava poderia estar caminhando super na boa, numa temperatura de mais de 40 graus!


Já pensando que esse calor não ia durar tanto assim, peguei meu grande amigo Jú e fomos passar um final de semana na praia. Isso foi em setembro do ano passado. Eu estava louca para conhecer o tão falado mar mediterrâneo! Morar em Granada tem essa imensa vantagem (ainda vou fazer vários posts sobre essa jóia árabe) porque é uma cidade próxima do litoral e também da Serra Nevada - a única estação de esqui no sul da Espanha. Então, se aproveita muito em qualquer época do ano.


O fato é que encontramos uma reserva chamada Cabo de Gata que fica em Almería e para lá seguimos. Estava um dia lindo, de céu azul. Quando vi a praia pela primeira vez, estranhei um pouco porque ela era de areia, mas na faixa mais próxima da água havia pedras. Na hora, só pensei que o Brasil sim que tem praias imbatíveis. Mas depois de algum tempo, comecei a gostar dali. Estiquei minha canga, deitei e percebi que as pedras tinham um tamanho interessante: não eram tão pequenas ao ponto de machucar, e pelo contrário, faziam uma espécie de massagem nas costas. E, claro, o primeiro impacto foi o mar em si, de um azul profundo e calmante.


O mar mediterrâneo, em Almería (foto de Juliano Andreoli). Mas a canga é minha!

E minha maior surpresa foi tomar um banho de mar. A água era gelada (igual Recife!) e com muito menos sal! Parecia uma mistura de água do mar com água de rio. Conclusão: você sai do mar e nem sente aquele incômodo tão grande de ter tanto sal no corpo. Acabei me esbaldando nesse mar maravilhoso, já que eu sabia que ia demorar pra ter isso de novo...

A tranquilidade da praia, em Almería, com seus poucos guarda-sóis e banhistas.

Deu pra perceber que essa praia é mais frequentada por famílias espanholas que têm casa ou alugam uma para passar o verão. Isso porque a praia é muito tranquila, sem nenhum ambulante e apenas dois bares à beira-mar. As pessoas costumam levar suas coisas e passam a tarde nesse marasmo chato... Havia várias mulheres fazendo topless, na maior tranquilidade. Resumo da ópera: o mar mediterrâneo é realmente lindo!

E essa sou eu, feliz da vida, de havaianas, em plena Espanha!


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Promessa feita é promessa cumprida

Disse antes que colocaria algumas fotos de Cádiz depois que aprendesse a mexer nesse negócio de blog. O fato é que aprendi um pouco, mas ainda sou "vovozinha" nessas tecnologias. Agora consigo colocar as fotos e a legenda, mas nada mais que isso. Então, aí vão as belezuras da suposta cidade mais antiga do Ocidente.


Essa foto abaixo é do Parque Genovês que possui uma área verde enorme, vários tipos de plantas e árvores, alguns animais que ficam num pequeno lago e muitas famílias que vão passear com suas crianças aí. Também é conhecido como Jardim Botânico, em função das muitas espécies que ali existem. Dá para sentar nos bancos e se transportar no tempo, imaginando as pessoas, em pleno século XVIII, passeando por ali, com seus vestidos bufantes, sombrinhas e chapéus... 


Parque Genovês em Cádiz


Essa foto é muito pitoresca! Fazia parte de uma vitrine de uma loja, numa das ruelas de Cádiz. Como estávamos próximo do ano novo, colocaram essa singela calcinha à venda e em lugar de destaque com a seguinte plaquinha: "Para se despedir do ano, sem complexos. Feliz 2011!". Adoramos!


Por um 2011 sem complexos! (Cádiz)


Essa última foto é espetacular vista de Cádiz, a partir da Torre Tavira, o ponto mais alto da cidade. Nesse local, há ainda a câmara escura que, em tempo real, permite que a gente veja cenas que estão acontecendo em diversas partes da cidade, através de esquema de espelhos e luz. Bem interessante. E no topo dessa torre, temos essa cena completamente mediterrânea e encantadora, com quase todos os telhados brancos e alguns avermelhados. No fundo, o mar... Ai que saudade de um bom banho de mar!

Vista de Cádiz, a partir da Torre Tavira



terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Última parada: Córdoba - a original

E finalmente chega minha terceira e última parada na Andaluzia, dessa vez, na cidade de Córdoba. Na minha ignorância, ou melhor, no meu restrito conhecimento, antes de morar aqui em Granada, tinha ouvido falar em Córdoba apenas como uma cidade na Argentina... Obviamente que a Córdoba "original" é milenar, tem origens pré-históricas e certamente originou a nossa vizinha na Argentina... Mas, tudo bem, ossos do ofício de uma eterna viajante. Talvez esse seja o melhor jeito de aprender as coisas: na pele vivenciando ao vivo e a cores. Hoje, mais do que nunca, posso fazer a crítica de que a história ensinada nas escolas brasileiras é muito restrita... Portugal, Brasil-colônia, capitanias hereditárias, etc... Sabemos pouco, ou quase nada, sobre tudo que nos rodeava, em termos históricos.


Mas vamos ao que interessa! A imensa maioria das pessoas que se propõe a visitar Córdoba tem o mesmo objetivo: conhecer a antiga mesquita que já foi uma basílica visigoda, uma mesquita árabe e hoje pertence à igreja católica. Na época da construção da mesquita, no século VIII, Córdoba estava sob o domínio muçulmano e era a sede religiosa, política e administrativa do reino islâmico ocidental. Era uma cidade à frente de seu tempo e na vanguarda das grandes mudanças. Lembrando, é claro, que, nesse período, o mundo muçulmano era completamente diferente do que conhecemos hoje como sendo o islamismo. Me refiro aqui ao fundamentalismo que atualmente faz parte da religião muçulmana e naquela época era praticamente inexistente, pois havia o diálogo e a reflexão crítica, sempre a partir da filosofia. Característica, hoje, que infelizmente foi embora... 


Independente disso, é impressionante a construção que hoje podemos visitar. Trata-se de uma área gigante em que estão colocados mais de 900 arcos, todos simétricos, em forma de ferradura que formam imensos corredores. O conjunto da obra é assombroso.


Os arcos dentro da antiga Mesquita em Córdoba


Além da mesquita, há ainda muitas outras coisas que vale a pena conhecer, como, por exemplo, a ponte romana, a torre de La Calahorra, a rua das flores (callejón de las flores), dentre diversas outras atrações. Isso porque agora está havendo uma verdadeira campanha de divulgação e melhoria dos monumentos, pois Córdoba está concorrendo ao título de capital européia da cultura, juntamente com várias outras cidades da União Européia. Assim, especialmente hoje há um trabalho intenso de investimento para que Córdoba conquiste esse prêmio.


Callejón de las flores em Córdoba


Pra concluir, e mudando completamente de assunto, não posso deixar de contar algo. Comi uma iguaria que não existe no Brasil, mas extremamente comum aqui, ainda mais na Andaluzia: rabo de touro! É isso mesmo o que vocês estão pensando; trata-se literalmente do rabo do touro. Quando vi isso pela primeira vez, morri de medo! Nunca comi a tal da rabada no Brasil, imagina comer o rabo do touro??? No final das contas, acabei me rendendo. E não é que o negócio é super saboroso? Além do mais, a carne é muito macia e bem temperada. Pra acompanhar, vem batatinhas cozidas e baguete pra comer com o molho. Diria que é um prato bem interessante pra quem ousa se aventurar. E olha que eu sou quase vegê ou pelo menos uma forte adepta. Recomendo sim e mais ainda para os/as carnívoros/as assumidos/as. 



terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Segunda parada: Sevilla - de volta à cidade grande

O "tram" de Sevilla


A segunda parada nessa rota andaluza foi na maior cidade da região: Sevilla. Eu que já estava muito bem acostumada - diga-se de passagem - às charmosas e simpáticas cidadelas, tive que retornar para a idéia de metrópole. Tudo bem, afinal de contas, Sevilla tem aproximadamente 700 mil habitantes e nem deve ser considerada como uma metrópole. Além do mais, o que é isso para quem morava em Recife ou até mesmo na caótica cidade de São Paulo?

A chegada foi tranquila, ainda de dia, com sol e também num momento de clima ameno como Cádiz. Assim que entrei na cidade, vi que lá também tinha o chamado "tram". Adoreiiiii! É uma espécie de bonde moderno que circula em áreas centrais nas cidades, através de trilhos na superfície. O melhor é que ele costuma ser altamente silencioso e eficiente. Óbvio que depois de tantos elogios subi em um! Pena que em Sevilla o trajeto coberto pelo "tram" ainda é muito pequeno. De qualquer modo, já deu para matar a saudade de andar num trem desses. Nosso Brasil devia pensar nesse tipo de transporte como alternativa...


Depois de descer do "tram" e andar por inúmeras ruelas no centro nervoso de Sevilla, encontramos o albergue que tínhamos reservado. Ele fica no coração do bairro judeu (ou judaico?) chamado Santa Cruz. É uma casa, na verdade, um sobrado de 3 andares, linda, antiga, meio árabe, com paredes de azulejos mouriscos. Show! Já não posso dizer o mesmo do suposto dono ou gerente que nos atendeu. Acho que atrapalhamos a siesta do cidadão e fomos obrigados a aguentar o mau humor de quem está de mal com a vida. Esse tema - albergue, atendimento, o compartilhar, companheiros/as de quarto, etc - já dá pano pra diversos outros posts... Estou com várias idéias, me aguardem!


Em Sevilla tem vários pontos obrigatórios que valem a pena visitar. No meu ranking, escolho (não necessariamente por ordem de prioridade porque fica difícil definir isso...): a grandiosa Catedral com sua torre Giralda, o Real Álcazar, a Plaza de España e obviamente passear bastante à pé pelas ruelas do bairro de Santa Cruz.


Vista dos jardins do Real Álcazar de Sevilla


De alternativo, tivemos uma ótima surpresa quando buscávamos a "saideira" na madruga, antes de voltar para o albergue e, na Plaza Alfafa (bairro de Santa Cruz), topamos com um bar de mesmo nome. Perguntei se ainda dava tempo para tomar uma última e a garçonete milagrosamente simpática e sóbria disse que sim. Digo isso porque infelizmente não posso fazer muitos elogios ao atendimento espanhol... O povo aqui não é muito dado a isso.


Enfim, enquanto tomávamos nossa "expulsadeira", começou a tocar uma música que falava "Adiós, amigos" em pelo menos três línguas diferentes. Identifiquei o espanhol, o inglês e o francês. Na hora em que tocava o refrão, todos que estavam trabalhando no bar se juntavam para cantar e fazer uma coreografiazinha em que gesticulavam adeus para que a boêmia resolvesse ir embora. Achei um jeito educado de expulsar os chatos que nunca querem que a noite termine. "Adiós, amigos, mañana tiene más." Era isso ou quase isso, já que não se pode confiar plenamente numa memória alcoolizada.