terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Última parada: Córdoba - a original

E finalmente chega minha terceira e última parada na Andaluzia, dessa vez, na cidade de Córdoba. Na minha ignorância, ou melhor, no meu restrito conhecimento, antes de morar aqui em Granada, tinha ouvido falar em Córdoba apenas como uma cidade na Argentina... Obviamente que a Córdoba "original" é milenar, tem origens pré-históricas e certamente originou a nossa vizinha na Argentina... Mas, tudo bem, ossos do ofício de uma eterna viajante. Talvez esse seja o melhor jeito de aprender as coisas: na pele vivenciando ao vivo e a cores. Hoje, mais do que nunca, posso fazer a crítica de que a história ensinada nas escolas brasileiras é muito restrita... Portugal, Brasil-colônia, capitanias hereditárias, etc... Sabemos pouco, ou quase nada, sobre tudo que nos rodeava, em termos históricos.


Mas vamos ao que interessa! A imensa maioria das pessoas que se propõe a visitar Córdoba tem o mesmo objetivo: conhecer a antiga mesquita que já foi uma basílica visigoda, uma mesquita árabe e hoje pertence à igreja católica. Na época da construção da mesquita, no século VIII, Córdoba estava sob o domínio muçulmano e era a sede religiosa, política e administrativa do reino islâmico ocidental. Era uma cidade à frente de seu tempo e na vanguarda das grandes mudanças. Lembrando, é claro, que, nesse período, o mundo muçulmano era completamente diferente do que conhecemos hoje como sendo o islamismo. Me refiro aqui ao fundamentalismo que atualmente faz parte da religião muçulmana e naquela época era praticamente inexistente, pois havia o diálogo e a reflexão crítica, sempre a partir da filosofia. Característica, hoje, que infelizmente foi embora... 


Independente disso, é impressionante a construção que hoje podemos visitar. Trata-se de uma área gigante em que estão colocados mais de 900 arcos, todos simétricos, em forma de ferradura que formam imensos corredores. O conjunto da obra é assombroso.


Os arcos dentro da antiga Mesquita em Córdoba


Além da mesquita, há ainda muitas outras coisas que vale a pena conhecer, como, por exemplo, a ponte romana, a torre de La Calahorra, a rua das flores (callejón de las flores), dentre diversas outras atrações. Isso porque agora está havendo uma verdadeira campanha de divulgação e melhoria dos monumentos, pois Córdoba está concorrendo ao título de capital européia da cultura, juntamente com várias outras cidades da União Européia. Assim, especialmente hoje há um trabalho intenso de investimento para que Córdoba conquiste esse prêmio.


Callejón de las flores em Córdoba


Pra concluir, e mudando completamente de assunto, não posso deixar de contar algo. Comi uma iguaria que não existe no Brasil, mas extremamente comum aqui, ainda mais na Andaluzia: rabo de touro! É isso mesmo o que vocês estão pensando; trata-se literalmente do rabo do touro. Quando vi isso pela primeira vez, morri de medo! Nunca comi a tal da rabada no Brasil, imagina comer o rabo do touro??? No final das contas, acabei me rendendo. E não é que o negócio é super saboroso? Além do mais, a carne é muito macia e bem temperada. Pra acompanhar, vem batatinhas cozidas e baguete pra comer com o molho. Diria que é um prato bem interessante pra quem ousa se aventurar. E olha que eu sou quase vegê ou pelo menos uma forte adepta. Recomendo sim e mais ainda para os/as carnívoros/as assumidos/as. 



6 comentários:

xando disse...

Amor, parabens!!
O blog eh lindo e ele ja aparece na busca do GOOGLE!!!!! Aeeeeeeee...
Bjs de quem ama

Celma disse...

Chica, agora você tem que provar "jeta", o nariz do porco. É uma delíciaaaaaa também. Prova e depois me conta. Bjs

Na mochila da japa disse...

amore, já estava desacreditando no google... que bom que agora ele já aparece! bjo!

Na mochila da japa disse...

Celma, ainda não vi essa "jeta" por aqui. Tenho notado que os espanhóis se aventuram bem direitinho na cozinha! Tem cada coisa estranha aqui! Bom, quando eu encarar esse nariz de porco, faço outro post! Bjo!

Ceça Costa disse...

Vê-se logo nosso sangue islâmico-arábico de onde vem, lindo. Ceça

Na mochila da japa disse...

Ceça, você como cidadã do mundo, sem sair de Olinda, iria enlouquecer aqui! A influência árabe dá um charme todo especial ao sul da Espanha. Bjo!