terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Segunda parada: Sevilla - de volta à cidade grande

O "tram" de Sevilla


A segunda parada nessa rota andaluza foi na maior cidade da região: Sevilla. Eu que já estava muito bem acostumada - diga-se de passagem - às charmosas e simpáticas cidadelas, tive que retornar para a idéia de metrópole. Tudo bem, afinal de contas, Sevilla tem aproximadamente 700 mil habitantes e nem deve ser considerada como uma metrópole. Além do mais, o que é isso para quem morava em Recife ou até mesmo na caótica cidade de São Paulo?

A chegada foi tranquila, ainda de dia, com sol e também num momento de clima ameno como Cádiz. Assim que entrei na cidade, vi que lá também tinha o chamado "tram". Adoreiiiii! É uma espécie de bonde moderno que circula em áreas centrais nas cidades, através de trilhos na superfície. O melhor é que ele costuma ser altamente silencioso e eficiente. Óbvio que depois de tantos elogios subi em um! Pena que em Sevilla o trajeto coberto pelo "tram" ainda é muito pequeno. De qualquer modo, já deu para matar a saudade de andar num trem desses. Nosso Brasil devia pensar nesse tipo de transporte como alternativa...


Depois de descer do "tram" e andar por inúmeras ruelas no centro nervoso de Sevilla, encontramos o albergue que tínhamos reservado. Ele fica no coração do bairro judeu (ou judaico?) chamado Santa Cruz. É uma casa, na verdade, um sobrado de 3 andares, linda, antiga, meio árabe, com paredes de azulejos mouriscos. Show! Já não posso dizer o mesmo do suposto dono ou gerente que nos atendeu. Acho que atrapalhamos a siesta do cidadão e fomos obrigados a aguentar o mau humor de quem está de mal com a vida. Esse tema - albergue, atendimento, o compartilhar, companheiros/as de quarto, etc - já dá pano pra diversos outros posts... Estou com várias idéias, me aguardem!


Em Sevilla tem vários pontos obrigatórios que valem a pena visitar. No meu ranking, escolho (não necessariamente por ordem de prioridade porque fica difícil definir isso...): a grandiosa Catedral com sua torre Giralda, o Real Álcazar, a Plaza de España e obviamente passear bastante à pé pelas ruelas do bairro de Santa Cruz.


Vista dos jardins do Real Álcazar de Sevilla


De alternativo, tivemos uma ótima surpresa quando buscávamos a "saideira" na madruga, antes de voltar para o albergue e, na Plaza Alfafa (bairro de Santa Cruz), topamos com um bar de mesmo nome. Perguntei se ainda dava tempo para tomar uma última e a garçonete milagrosamente simpática e sóbria disse que sim. Digo isso porque infelizmente não posso fazer muitos elogios ao atendimento espanhol... O povo aqui não é muito dado a isso.


Enfim, enquanto tomávamos nossa "expulsadeira", começou a tocar uma música que falava "Adiós, amigos" em pelo menos três línguas diferentes. Identifiquei o espanhol, o inglês e o francês. Na hora em que tocava o refrão, todos que estavam trabalhando no bar se juntavam para cantar e fazer uma coreografiazinha em que gesticulavam adeus para que a boêmia resolvesse ir embora. Achei um jeito educado de expulsar os chatos que nunca querem que a noite termine. "Adiós, amigos, mañana tiene más." Era isso ou quase isso, já que não se pode confiar plenamente numa memória alcoolizada.

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